Opinião Pública
Os desafios da educação como presente à nossa Piracanjuba
Por Lucas Hemeterio

Hoje, enquanto Piracanjuba celebra 169 anos de história, a cidade enfrenta um momento de reflexão crucial sobre seu futuro. Estamos frente um problema atual que é sustentado pela história de gestões populistas, assim Piracanjuba também carrega problemas históricos que permanecem sem solução, especialmente na área da educação. Este aniversário, que deveria ser um marco de união e celebração, foi ofuscado por uma questão urgente e delicada: o debate sobre o fechamento ou remanejamento de três escolas da zona rural, impactando diretamente cerca de 140 alunos.
Por um lado, a oposição critica a medida como “fechamento.” Por outro, a situação defende o termo “remanejamento.” Entretanto, mais do que discutir nomes, é essencial ir além da superfície e encarar a verdadeira questão: as condições precárias em que essas escolas operam. Não estamos apenas debatendo o destino de prédios escolares, mas o futuro de crianças que dependem desses espaços para aprender e sonhar com novas possibilidades.
Esse debate nos leva a um ponto central: como garantir que essas crianças tenham acesso a uma educação que seja, de fato, transformadora? Que as oportunidades para os alunos da zona rural ultrapassem as porteiras dos currais e o cabo da enxada, alcançando o receituário de um médico, a caneta de um advogado ou o pincel de um professor. Tenho certeza de que cada pai que acorda de madrugada para tirar o leite de sua vaca ou do gado de seu patrão deseja que, em dez anos, seu filho tenha a chance de trilhar um caminho diferente, com mais possibilidades e dignidade. Por isso, a educação deve ser o alicerce que transforma esse desejo em realidade.
Entretanto, para alcançar essa transformação, é preciso refletir profundamente sobre o papel das escolas na vida dessas crianças. Paulo Freire dizia que “educação não transforma o mundo. Educação muda pessoas. Pessoas transformam o mundo.” Essa verdade nos faz questionar o que realmente está sendo oferecido às crianças da zona rural. Não basta debater se as escolas devem permanecer abertas ou se o remanejamento é a solução mais adequada. O foco deve estar em garantir que elas tenham acesso a uma educação que vá além do básico, proporcionando ferramentas para que possam sonhar, crescer e mudar suas realidades.
Nesse contexto, cabe um compromisso de todos. Quem luta pela permanência das escolas na zona rural deve também lutar para que as crianças tenham acesso àquilo que merecem: infraestrutura, tecnologia, alimentação saudável, dignidade e um ambiente que respeite suas necessidades físicas, emocionais e psicosociais. Da mesma forma, quem defende o remanejamento precisa garantir que essas crianças sejam acolhidas com segurança, dignidade e respeito às suas especificidades. O debate não deve se encerrar na decisão de fechar ou remanejar, mas avançar para oferecer às crianças uma educação que transforme vidas e promova igualdade de oportunidades.
As escolas rurais precisam de muito mais do que estrutura física; elas precisam de um projeto pedagógico que valorize o potencial de cada aluno. Além disso, é fundamental garantir recursos didáticos, infraestrutura segura e acesso à tecnologia, para que essas crianças possam enxergar um futuro mais amplo. A educação de qualidade não é um privilégio, mas um direito assegurado a todos.
Infelizmente, o debate que deveria estar voltado para soluções concretas tem se tornado um palco político marcado por discursos acalorados e disputas partidárias. Essa postura prejudica não apenas as crianças e suas famílias, mas também a própria comunidade, que merece discussões baseadas no respeito e na busca por alternativas reais. Não podemos permitir que essa questão, tão central para o desenvolvimento de Piracanjuba, se perca em narrativas polarizadas e desnecessárias.
Por isso, reafirmo meu compromisso, enquanto cidadão, educador e político, de lutar pela educação com responsabilidade e foco no futuro do aluno. Minha defesa será sempre voltada para garantir que cada criança tenha acesso ao que merece, porque, afinal, é ela quem possui esse direito inalienável.
Essa afirmação reitera profundamente as palavras de Paulo Freire, já supra mencionada, mas que vale a pena vir à tona novamente: “A educação sozinha não transforma o mundo; ela transforma pessoas, e pessoas transformam o mundo.” Essa é a missão que as escolas devem cumprir: oferecer a cada aluno, independentemente de sua realidade social, a oportunidade de transformar não apenas sua própria vida, mas também a realidade de sua família.
Parabéns, Piracanjuba, pelos seus 169 anos. Que possamos honrar sua história com ações que realmente façam a diferença, oferecendo às nossas crianças uma educação que esteja à altura de seus sonhos e que reflita o potencial transformador dessa cidade tanto prega. Que este aniversário inspire união, responsabilidade e o compromisso com um futuro mais justo e promissor para todos. É por isso que rogo. Que este presente entregue a nossa cidade neste seu 169º aniversário, seja bem aberto e cuidadosamente não apenas famigerado. Que seja apenas mais um desafio vencido.
Envie seu artigo de opinião com foto para maisnoticiasopiniao@gmail.com
Nota: O Mais Notícias não se responsabiliza por correções, edições ou qualquer outro tipo de alteração no conteúdo enviado. As opiniões expressas são de inteira responsabilidade de seus autores e não representam necessariamente a opinião do Mais Notícias.
COMENTÁRIOS